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Pacientes seguem sem atendimento de quimioterapia em Sorocaba

23 de janeiro de 2017

Diretoria da entidade não cumpriu prazo para normalização de atendimento. Prefeitura informou que remédios começaram a chegar nesta segunda-feira.

 

Pacientes com câncer que precisam de quimioterapia na Santa Casa em Sorocaba (SP) continuam sem o tratamento. O serviço foi interrompido no começo deste ano, pois as empresas que fornecem os medicamentos estariam sem receber.

A direção do hospital informou que a situação seria normalizada até a segunda-feira (16), o que não aconteceu. Com isso, sessões de quimioterapia não estão sendo feitas conforme a orientação dos médicos, prejudicando o tratamento de dezenas de pacientes.

A assessoria de imprensa da prefeitura informou que os remédios começaram a chegar aos poucos na segunda-feira (16). Além disso, a equipe que trabalha no setor deu início aos contatos com os pacientes para fazer o agendamento das sessões de quimioterapia. Tanto para os pacientes que estavam em tratamento, quanto para os que necessitam começar os procedimentos.

A Associação de Socorro Imediato à Pessoas com Câncer tem mais de 250 pacientes cadastrados na cidade, sendo que 10 deles precisam da quimioterapia oferecida pela Santa Casa. Segundo dados da administração da entidade, a Santa Casa não dá explicações sobre a falta dos medicamentos usados no tratamento, alegando apenas que os pacientes serão informados pelo telefone para retomar as sessões.

“A gente cobra, o que aconteceu e se está para chegar, qual é a posição para a gente estar por dentro do que está acontecendo”, comenta a  administradora da entidade, Letícia Hoffmann.

Para os pacientes, a ansiedade para continuar o tratamento só aumenta. É o caso de Eliane Loureiro Maia, que frequenta a Santa Casa para tratar um câncer no fígado e no intestino. As sessões de quimioterapia não estão sendo feitas conforme orientação dos médicos e, com isso, o tratamento fica prejudicado. “Eu só tomo a metade. Chegando lá, eles falam que não tem e eu volto para casa. Me sinto muito triste porque preciso fazer e a gente não sabe o dia de amanhã. Não sabemos o que vai acontecer com a gente”, lamenta.

Radioterapia suspensa

No começo de novembro as sessões de radioterapia também foram suspensas porque o prazo de validade da pastilha de cobalto usada no equipamento está vencendo. Com a medida, pacientes de 48 cidades do município, onde vivem 2 milhões de pessoas, ficaram sem atendimento.

Por isso, desde outubro os pacientes são encaminhados pela  Direção Regional de Saúde de Sorocaba para outros hospitais referência, nas regiões de Campinas e São Paulo. A pastilha de cobalto tem o tamanho de um comprimido e custa aproximadamente R$ 1,5 milhão. Pimentel afirma que a Santa Casa recebeu a doação do material de um hospital também do interior e deveria chegar em 60 dias.

“Já estamos na tramitação do processo para trazer a pastilha ao hospital, depende de um aval da Comissão Nacional de Energia Nuclear, que regula o processo”, afirma. A casamata que deve ajudar a ampliar o atendimento de radioterapia deve ser concluída em agosto. A obra é de responsabilidade do Ministério da Saúde. O prédio vai abrigar um acelerador linear.

Requisição

A Santa Casa ficou por quase três anos sob a administração do poder público depois que foram descobertas irregularidades na antiga diretoria, algumas ainda são investigadas pela polícia e outras viraram processos na Justiça.

Em um dos casos, o ex-provedor e o ex-vice provedor da Santa Casa foram presos em agosto de 2016. Os dois agora respondem processo em liberdade por usar o nome da Irmandade para pagar despesas do convênio particular. “A Santa Casa volta a ser um hospital privado, não estando mais ligada à prefeitura, porém ligada através de contrato a gestão SUS do município, que será feito com a Secretária da Saúde municipal”, afirma o atual presidente executivo, José Luiz Pimentel.

Os 180 leitos para internação pelo Sistema Único de Saúde (SUS) serão mantidos e a Irmandade já estuda ampliar este numero para atendimento de convênios com planos e empresas. O grupo também deve ir em busca de apoio de empresas da cidade que ajudem a manter o hospital.

Fonte: G1 SP, 17/01/2016

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