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Pacientes e funcionários de hospital protestam em Florianópolis

21 de setembro de 2017

Grupo teme que crise financeira da saúde prejudique o funcionamento do centro de referência no tratamento contra o câncer em SC.

 Dezenas de pessoas protestaram contra o governo de Santa Catarina pela manutenção dos atendimentos do Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon) em Florianópolis na manhã de terça-feira (19). Eles temem que a crise financeira da saúde prejudique ainda mais o funcionamento do centro de referência no tratamento contra o câncer.

Além de pacientes e seus familiares, associações e funcionários do Cepon protestaram com faixas e cartazes. Eles cantaram o hino nacional e também fizeram um minuto de silêncio.

Luís André Fagundes está há um ano e meio em tratamento contra um câncer na garganta e cancelou uma consulta para poder para participar do protesto contra a situação do Cepon.

A dívida do Governo do Estado é de R$ 42 milhões, segundo a Fahece, a fundação que administra o hospital. Na semana passada, a NSC TV e o G1 abordaram a situação da saúde em Santa Catarina, que vive uma das maiores crises já registradas.

“Estamos preocupados com o desabastecimento do Cepon e eles são um braço a mais para essa luta que estamos vivendo no dia a dia”, afirma Maria Tereza Evangelista Schoeller, diretora do Cepon.

Por causa dessa realidade, cada vez mais o Cepon conta com a ajuda de grupos como o das amigas da Cleia Beduschi – uma ex-paciente que já faleceu. Elas sempre fazem bazar ou bingo para arrecadar dinheiro e doar algo para o Cepon.

“Estamos doando semana que vem 200 lençois para ajudar. Nós estamos junto para o que precisar”, detalha Mara Beduschi, voluntária amiga da ex-paciente.

O grupo foi até o Centro Administrativo do Governo do Estado, na SC-401. A roda de manifestantes tomou conta do estacionamento.

O objetivo era sensibilizar o governador Raimundo Colombo por causa de quatro problemas: o fechamento da emergência ambulatorial durante a noite, no começo do mês, o que obriga o paciente a procurar outro hospital; o corte do lanche para quem espera a consulta; a falta de medicamentos; e a possibilidade de fechamento do terceiro turno da radioterapia, que atende 40 pessoas por dia, em média.

“O paciente que chegava no Cepon, como era antes, chegava e era atendido por um médico especialista, já tinha acesso a todo prontuário dele. Hoje vai no hospital de São José, por exemplo, o médico vai dar um remédio para aliviar a dor, uma morfina e vai esperar amanhecer o dia. Mais um risco de vida aos pacientes com câncer”, reclama o organizador do protesto, João Vianei, sobre a suspensão do atendimento de noite.

“O tratamento é muito caro. Para nós, que não temos condições, o Cepon é fundamental”, diz uma das manifestates.

O governador não estava no local do protesto. Uma comissão de representantes das associações de pacientes protocolou um documento com as reivindicações.

A Secretaria de Estado da Saúde não comentou a possibilidade da suspensão do terceiro turno da radioterapia e informou que neste ano foram repassados mais de R$ 43 milhões ao Cepon.

 

Fonte: G1 SC, 19/09/2017

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