Realizou-se em Porto Alegre (RS), no final de outubro, o primeiro Dia Nacional de Vistorias em Centros de Alta Complexidade em Oncologia (Cacons) e Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacons). A iniciativa, promovida simultaneamente em 19 cidades de 17 estados e do Distrito Federal, resultou de parceria entre a Defensoria Pública da União (DPU), a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Sindicato dos Médicos.
Na capital gaúcha, a vistoria aconteceu no Hospital Fêmina, do Grupo Hospitalar Conceição, especializado em saúde feminina. O objetivo foi verificar as condições de tratamento do câncer de mama no local. Representando a DPU, estavam a defensora regional de direitos humanos no Rio Grande do Sul, Ana Luisa Zago de Moraes, e a socióloga Laura Zacher.
Integraram também a ação: a vice-presidente do Instituto da Mama do RS (Imama), Cintia Seben; a coordenadora de relações institucionais do Femama, Ana Lucia Gomes; o representante do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers), Antonio Celso Ayub; e representantes do corpo médico do Hospital Fêmina, entre eles, o gerente de internação, Eduardo Neubarth Trindade.
Segundo a defensora Ana Luisa Zago de Moraes, a ação teve como principais objetivos a verificação de como se dá o tratamento do câncer de mama em Porto Alegre, o prazo entre o diagnóstico e o início do tratamento, o fornecimento adequado de medicamentos e o diálogo entre instituições e profissionais para obter as soluções. “A partir disso, faremos novas reuniões sobre a atuação em prol da inclusão na lista do SUS [Sistema Único de Saúde] dos medicamentos mais prescritos e de eficácia comprovada, o fluxo de encaminhamento de demandas judiciais, bem como seguiremos acompanhando questões estruturais dos Centros de Alta Complexidade em Oncologia”, destaca.
“A ação é importante para conhecermos a realidade dos serviços ofertados para o paciente com câncer de mama. Para a Femama, é fundamental ter esse conhecimento das dificuldades, como problemas com diagnósticos, tratamentos ou fornecimentos de medicamentos, pois nós também temos uma atuação muito forte na influência de políticas públicas”, comenta Ana Lucia Gomes.
De acordo com Cintia Seben, a ação em conjunto da Defensoria Pública da União, Imama e Hospital Fêmina é importante para ter conhecimento das ações que estão acontecendo no hospital. “Esse acompanhamento é essencial para termos acesso a informações como o número de cirurgias, medicamentos e quais os tratamentos mais indicados pelos médicos”, ressalta.